Geraldo Antônio Sanfelice

18710 – GERALDO ANTÔNIO SANFELICE

FILIAÇÃO
João Sanfelice e Josefina Brezolin Sanfelice.

ANTES DA GUERRA
Havia sido soldado, em 1940/41, no 7º Regimento de Infantaria (RI), em Santa Maria, RS. Licenciado, voltou a trabalhar na lavoura, em Ivorá, distrito de Júlio de Castilhos.

Convocado para integrar a FEB, após apresentar-se no 7º RI, em Santa Maria, foi transferido para Santa Cruz do Sul, RS, para onde acabara de ser transferido o 3º Batalhão do 7º RI (3º/7º RI). Lá exerceu a função de condutor de boleia (conduzia mulas, nas quais eram transportadas metralhadoras).
O deslocamento de Santa Maria para o Rio de Janeiro, deu-se em um desconfortável trem de carga, não adaptado para passageiros, em viagem que durou mais de uma semana.
Antes do embarque foi promovido a cabo granadeiro (conduzia fuzil e granadas de bocal). Embarcou para a Itália em 8 Fev 1945.

DURANTE A GUERRA
Após duas semanas no Depósito de Pessoal, em Stafoli, foi incluído no efetivo do 11º RI e entrou em linha de combate.

Em mais de dois meses participou de patrulhas e ações de combate em Zocca, Giulia, Vignola, Porreta Terme, Montese, Collecchio etc. Sobre Montese, diz: “O comandante seguia na frente, com a tropa. Lembro que os alemães estavam em suas posições e não cediam; nós não podíamos ceder também. Foi muito fogo contra fogo. … A missão da Infantaria era combater, seguir em frente, ocupando o terreno”.
Descendente de italianos, não tinha grande dificuldade de comunicação. Apesar da diversidade de dialetos, conseguia se comunicar com a população local. Durante a progressão, rumo ao norte, passou por Mantova, terra natal de seu pai. “Os brasileiros eram vistos como libertadores. Os que tinham conduta reta eram recebidos com festa. Quem não a tivesse, tinha de acertar as contas com a PE [Polícia do Exército]”, conclui.
Atingido por uma mina antipessoal, em 28 Abr 45, nas cercanias de Collecchio, teve parte da perna amputada em enfermaria brasileira. Após estabilização física, foi evacuado para os EUA para tratamento e recuperação.

APÓS A GUERRA
Nos EUA, foi levado para Denver, Colorado. Depois, foi transferido para Brigham City, Utah, onde havia uma fábrica de pernas mecânicas.

Depois de mais de um ano e muitas sessões de fisioterapia, estava reabilitado e podia andar sem maiores problemas, com o auxílio de uma prótese de gesso.
De volta ao Brasil – Depois de muitas andanças e informações desencontradas, embarcou em um navio de carga em Nova Iorque. Após parada em Fernando de Noronha, chegou ao Rio de Janeiro.
Concluídos os trâmites burocráticos, no Hospital Central do Exército e no Ministério da Guerra, já reformado como 2º sargento, estava habilitado a retornar para a casa da família.
Em contato permanente com outros pracinhas, participou de diversos desfiles militares no Rio e em Brasília, além de apresentar-se em diferentes ocasiões, oferecendo palestras sobre a II Guerra e sua experiência pessoal.
Acompanhando os esforços do Batalhão Escola de Comunicações (BEsCom) para constituir a memória da sua participação na II Guerra Mundial, doou seus objetos pessoais, que passaram a compor acervo do museu da unidade, em Marechal Hermes, no Rio de Janeiro.
Foi agraciado por diversas vezes por companheiros de jornada e comandantes do BEsCom, onde recebeu duas homenagens especiais: a. a sua imagem serviu de base para a composição de escultura-símbolo de combatente das comunicações, portando uniforme e radiocomunicador da época, obra pode ser vista em frente ao Batalhão; e b. foi homenageado por suas contribuições durante e após a II Guerra com placa comemorativa em um dos prédios dessa unidade de Comunicações.

MEDALHAS E CONDECORAÇÕES
Medalha Cruz de Combate de 2ª Classe (FEB); Medalha de Campanha (FEB); Medalha Sangue do Brasil (FEB); Medalha Marechal Mascarenhas de Moraes (ANVFEB); e Croce di Guerra al Valor Militare (Itália).

FONTES
Livro VOZES DA GUERRA, de Sirio S, Fröhlich – Ed. Bibliex, 2015; entrevista; e informações de familiares.

CRÉDITOS
Museu Virtual da FEB / Fröhlich, S.F.