Vitório Kreusch
9871 – VITÓRIO KREUSCH
FILIAÇÃO
Celestina Goedert Kreusch e Sebastião Kreusch.
ANTES DA GUERRA
Nascido em Angelina, SC, 28 Jun 1920.
Ainda criança, mudou com os pais para Vidal Ramos, SC, e, logo após, para Presidente Nereu, SC, onde trabalhou na lavoura com os pais até ir para o Exército.
Em 26 Fev 1942, foi incorporado ao efetivo 14º Batalhão de Caçadores, em Florianópolis, SC, como soldado. Após prestar o compromisso à Bandeira Nacional, passou a ser ordenança do seu comandante de Companhia.
Em 5 Nov 1943, foi promovido à graduação de cabo.
Voluntário para integrar a FEB, em 18 Ago 1944, foi integrado ao 11º Regimento de Infantaria (Companhia de Petrechos Pesados do 2º Batalhão – CPP/2) já no Rio de Janeiro, oriundo do D.P.E. FEB.
Integrando o grupamento do General Olímpio Falconière da Cunha, em 22 de setembro embarcou no navio General Meigs com destino ao teatro de operações da Itália.
DURANTE A GUERRA
Atravessou a linha do Equador no dia 27 de setembro e entrou no mar Mediterrâneo no dia 3 de outubro. No dia 6, às 09 horas, chegou a Nápoles, na Itália. Permaneceu a bordo até o dia 9, quando fez o transbordo para uma Landing Craft Infantry (embarcação de desembarque de infantaria), prosseguindo a viagem até Livorno. Desembarcou em 11 Out 1944, sendo conduzido para o acampamento em Tenuta di San Rossore, próximo a Pisa.
Em 27 Out 1944 foi público ter sido integrado ao 5º Exército Norte-Americano e à Infantaria Divisionária Expedicionária/1 desde a sua chegada a Livorno.
Em 3 de janeiro de 1945 foi público que o regimento
Ao longo de seis meses, participou de diversas ações de combate decisivas para o triunfo da FEB, conforme publicado em boletim interno. Entrou em linha de combate em 1º Dez 1944, no setor Oeste. Em 4 Dez 1944, seguiu para as posições de combate em Casa de Guanela e Cá di Toschi, em substituição ao 3º Batalhão do 6º RI; em 8, para a cota 667. Por ocasião do ataque ao Monte Castelo, permaneceu nesta posição com sua companhia, até 22 do corrente. Em 13 Jan 1945, por ter passado o batalhão para reserva, acantonou em Silla, voltando a entrar em posição de combate em 10 de fevereiro, na região de Bombiana. No período de 20 a 27 de fevereiro coube ao batalhão a missão de conservar as posições atuais para o ataque que o IV Corpo sobre Monte Belvedere, Monte della Torracia e Monte Castelo. Permaneceu com a sua companhia na linha de apoio, cooperando eficazmente com as companhias de fuzileiros; em 3 de março, participou da ação em Marano e, no dia 6, em Castelnuovo. Esteve em combate de 10 de a 17 de março, período em que o seu batalhão recebeu a ordem para substituir elementos do 85º e do 86º RI Norte-Americano de Montanha, cabendo ao seu batalhão a defesa do quarteirão do Morro della Torracia. A partir de 14 de abril, cumpriu a missão de proporcionar a base de fogos para as companhias de fuzileiros do 1º Batalhão do 1º RI e do 2º Batalhão do 6º RI, que deveriam ocupar as alturas a oeste, sudoeste e nordeste da Montese, Cota 806/808 e Maserno. Na sequência, atuou entre Bicocchi, Sassuolo e San Polo D’Enza. De 26 a 29 de maio participou de ações em Collecchio, onde encontrou forte resistência inimiga, resultando na rendição da 148º Divisão Alemã. No período de 29 de abril a 4 de maio deslocou-se com o seu batalhão para a região de Castelvetre, a fim de barrar qualquer tentativa incursão ou inimiga vinda de Norte para Sul.
Sua participação nessas atividades foi louvada individualmente em diversas oportunidades. Seguem algumas.
Em 4 Fev 1945, foi elogiado pelo comandante CPP/2 por ter cumprido uma missão de combate durante os 42 dias em que esteve em posição, nos seguintes termos: “O cabo Vitório Kreusch, no comando de sua pequena fração ou de outras tarefas que lhe foram confiadas, esforçou-se sempre para obter o melhor resultado. É um trabalho que quase não aparece, mas é básico para o êxito da subunidade. A soma dos seus esforços foi uma boa parcela para o resultado obtido pela companhia”.
Em 24 de março, foi louvado nominalmente pelo senhor capitão comandante da companhia pelo muito que trabalhou para que o batalhão cumprisse a missão de apoio à unidade vizinha e auxiliasse a desbaratar um contra-ataque inimigo, as posições do 2º Batalhão do 1º RI durante os combates de período de 20 a 27 de fevereiro do corrente ano.
Em 4 de abril, o comandante da CPP II elogiou-o individualmente, nos termos que se seguem: “Durante o ataque a Cá di Geacimoni-Roca Pitigliana, dentro da sua função, se distinguiu pela elevada colaboração prestada ao comando da companhia, o que muito contribuiu para o êxito do ataque alcançado pela Companhia e pelo Batalhão”.
Em 8 de maio, o comandante da companhia elogiou individualmente nos seguintes termos: “Na sua função, foi de uma dedicação sem par no cumprimento de todas as missões recebidas; manteve-se sempre com a moral elevada; mau grado as asperezas do combate, muito contribuiu para que a companhia se saísse bem durante estes seis meses de operações”.
Em 28 de maio publicou-se ter sido proposto para receber a medalha americana Bronze Star por serviço meritório em combate. No mesmo dia, foi publicado elogio do comandante de companhia nos seguintes termos: “O cabo Vitório Kreusch, apontador de peças de morteiro, durante o tempo de operações, distinguiu-se no comando de sua fração, levando a bom termo todas as missões recebidas, não medindo sacrifícios para manter o terreno ocupado durante o período da defensiva, bem como para desalojar o inimigo de suas posições no período da ofensiva”.
A bordo do navio General Meigs, chegou ao Rio de janeiro no dia 17 Set 1945, tendo participado do Desfile da Vitória às 14 horas desse mesmo dia.
Em 30 de setembro foi licenciado do serviço ativo do Exército, ficando registrado como reservista de 1ª Categoria.
APÓS A GUERRA
De volta a Itaquá, SC, casou com Cecília Sezerino Linhares em 27 de dezembro de 1945.
Doente, com a memória atormentada por cenas de tiroteio, ataques inimigos e outros traumas de guerra, foi levado ao hospital do Exército em Curitiba, onde, em 9 Fev 1947, nasceu a primeira filha.
Com poucas esperanças de vida, foi encaminhado para a casa em Presidente Melo, sem amparo. Sem recursos, contou com a ajuda de irmãos e amigos, que o internaram no Hospital Santa Isabel, em Blumenau, onde veio a falecer em 26 Nov 1948.
Deixou a viúva e uma filha. A segunda filha viria a nascer no dia 14 Jan 1949; portanto, sem conhecer o herói que deu a vida pela Pátria.
MEDALHAS E CONDECORAÇÕES
Diploma de Membro Honorário do IV Corpo de Exército (EUA), Medalha de Campanha e Medalha de Guerra.
FONTES
Histórico do Pessoal Militar – Folhas de Alterações (Regimento Tiradentes) e informações de familiares.
CRÉDITOS
Museu Virtual da FEB / Fröhlich, Sirio S.