Max Wolff Filho

25115 – MAX WOLFF FILHO

FILIAÇÃO
Max Wolf e Etelvina Pacheco Wolf.

ANTES DA GUERRA
Nascido em Rio Negro, PR em 29 de Julho de 1911.
Iniciou os estudos ainda na cidade natal, mudando-se posteriormente com a família para São Matheus do Sul, PR. Ainda criança, ajudava o pai na torrefação de café. Aos 16 anos, passou a trabalhar como escriturário nos armazéns de uma Companhia que explorava a navegação do rio Iguaçu. Nas horas de folga, juntava-se aos carregadores para ensacar erva-mate ou para carregar e descarregar os vapores.
Em 18 Jan 1930, apresentou-se no 15º Batalhão de Caçadores, hoje 20º Batalhão de Infantaria Blindado (BIB), em Curitiba, onde foi incorporado.
Em 6 Out 1930, foi promovido a Cabo, servindo posteriormente no 30º Regimento de Infantaria (RI), participando da Revolução de 30. Transferido para o Rio de Janeiro, então Distrito Federal, em 1932, combateu na Revolução Constitucionalista, no vale do Paraíba, em SP. Nessa unidade, foi instrutor de defesa pessoal.
Promovido a 3º Sargento, passou a integrar a Polícia Municipal do Rio de Janeiro (na época Distrito Federal), organizada pelo Major Zenóbio da Costa, atuando como Comandante da Guarda de Vigilância.
Em 1935, comandando o segundo carro de assalto da Polícia Municipal, tomou parte ativa no ataque e reconquista do Quartel do 3º RI, sediado na Praia Vermelha no RJ, que fora tomado pelos comunistas com o sacrifício criminoso de vários militares, no movimento conhecido por Intentona Comunista. Em maio de 1938, atuou contra a Intentona Integralista.
Convidado pelo General Zenóbio – que havia sido designado para comandar a Infantaria Divisionaria da 1ª DIE –, apresentou-se no no QG da 1ªDIE, a fim de solicitar a sua inclusão na FEB. Na inspeção de saúde foi considerado temporariamente incapaz para a FEB por causa de uma hérnia.
Após tratar-se, reapresentou-se ao Coronel Delmiro Pereira de Andrade, comandante do 11º Regimento de Infantaria, última unidade de Infantaria da 1ª DIE prevista para embarcar para além-mar; conforme o ofício da ID/1ªDIE nº 1221, datado de 7 de setembro do corrente, ficou encostado à 2ª Companhia do 1º Batalhão.
No dia 20 Set 1944, integrando o 3º Escalão da FEB, embarcou no navio de transporte americano “Gen. M. C. Meigs”, que desatracou em 22 de setembro.

DURANTE A GUERRA
Chegou ao porto de Nápoles às 7:30 do dia 6 Out 1944. Feito o atracamento do navio às 10 horas, permaneceu o Regimento a bordo até às 14 horas do dia 9, quando realizou o transbordo para as barcaças L.C.I. da Marinha de Guerra Americana, que o conduziria até o porto de Livorno. O movimento para Livorno foi iniciado às 8:10 minutos do dia 10, tendo o comboio atingido destino às 14 horas do dia 11 e atracado às 19 horas. A tropa permaneceu a bordo das referidas embarcações até as 10 horas do dia 12, quando foi iniciado o desembarque. Desembarcada a tropa, foi a mesma conduzida em caminhões para o local “Staging Area”, à Oeste da cidade de Pisa (Vila Rossore), tendo acampado no mesmo dia. Dissolvido o grupamento do Gen. Falconiére, passou a integrar o Grupamento do Gen. Cordeiro.
No dia 19 de novembro, foi deslocado de Vila Rossore para o estacionamento em Filettole e, em 24 do mesmo mês, de Filettole para Lustrola.
Em 1º Dez 1944, entrou em linha no Setor Oeste, sendo considerado “em combate”.
Elogios recebidos por suas ações:
– Em 23 Jan 1945, foi elogiado em Citação de Combate, pelo comandante da 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária, nos seguintes dizeres: “Num gesto de abnegação e destemor, esse Sgt. se apresentou ao Cmte de sua unidade, para constituir uma patrulha incumbida de reconduzir às nossas linhas o Capitão João Tarcísio Bueno, gravemente ferido em ação, em local perigoso, facilmente batido pelos fogos da posição alemã. Bem sabia dos perigos de que se revestia sua missão. Partiu, mas não foi possível localizar o oficial ferido por causa da forte cerração e da escuridão da noite, trazendo no regresso dois outros feridos É outro exemplo que quero apontar aos meus comandados. Donde também destacar o desassombro do referido Sgt. que, todas as vezes que se apresenta uma missão perigosa, principalmente de patrulha, espontaneamente se oferece, para dela fazer parte. Registro com satisfação essa particularidade do Sgt Wolf, pela qual revela possuir a noção perfeita do dever Militar”.
– Em 24 Jan 1945, foi elogiado individualmente pelo comandante do 1º Batalhão nos seguintes termos: “Pela qualidade de disciplina, devotamento ao trabalho, iniciativa, coragem e sangue frio demonstrados, através das ações de combate em que se viu empenhado este Batalhão”.
– Em 30 Mar 1945, foi público que, em face de combate comandante do 1º Batalhão nas ações em que se apresentou o batalhão nos dias 5 e 6 do corrente, fez-se merecedor do seguinte elogio: “O Sgt. Max Wolff Filho, na madrugada do dia 7 do corrente, saiu à frente dos telefonistas que reparavam a linha da 1ª Cia em terreno desconhecido e largamente minado, protegeram e ajudaram os telefonistas, redobrando-lhes também a confiança e a energia”.
Em 25 Mar 1945, foi promovido a 2º Sargento, em conformidade com a Nota de Serviço nº 6, de 8 do corrente, do comandante da 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária.
Em 29 Mar 1945, foi público o seguinte: “Foram agraciados com a condecoração americana “Bronze Star”, pelo Comando do 5º Exército, … o Sgt. Max Wolff Filho”.
Em 8 Abr 1945, recebeu o certificado de Citação de Combate, condecorado com a citação Comandante do V Exército, e o diploma de conformidade, com a citação do comandante da Divisão de Infantaria Expedicionária.
Em 12 Abr 1945, foi transferido por consequência do serviço da C.C.I. para a 3º Companhia.
Em 14 Abr 1945, foi público ter sido considerado desaparecido em ação, em 12 do corrente.
Em 18 Abr 1945, foi público ter o Comandante do 1º Batalhão, no seu relatório de ação de patrulha, e sobre o reconhecimento lançado a frente em 12 do corrente, feito a seguinte referência elogiosa: “2º Sgt. Max Wolff Filho, da 3º Cia., morto à testa do reconhecimento que comandava. Morreu com inexcedível bravura, como verdadeiro herói. Sua figura agigantou-se na admiração de todos os seus companheiros, chefes e subordinados”. Ainda no mesmo relatório, foi apontado pelo comandante do batalhão como merecedor de condecoração e “citação em combate”, por ter cumprido dignamente suas missões no reconhecimento do dia 12, na incerteza do que poderia acontecer e em plena luz do dia, circunstâncias que não abateram o seu ânimo, não vacilando e não fraquejando.
Em 22 Abr 1945, passou da categoria de “desaparecido em ação”, para a de “morto em ação”, em 12 Abr 1945. Em consequência, foi excluído do estado efetivo do Regimento, do 1º Batalhão e da 3ª Companhia.
Em 9 de Jun 1945 foi público ter sido remetido a este Corpo, o seu diploma de “Citação de combate”.
Em 23 Jun 1945, foi público ter sido proposto pelo Cmte. do R.I. para ser condecorado com a medalha Americana (Silver Star (Estrela de Prata) por atos de bravura em ação.
Em 24 Jul 1945 foi público o seguinte: Sindicância – Solução – “A sindicância de que se achava encarregado o 2º Ten. Dalton Santos Martins da Costa, dei a seguinte solução: I – Pela conclusão das averiguações que mandei proceder, verifica-se que o 2º Ten. Max Wolff Filho, do 11º R.I., foi morto em combate no dia 12 de Abril de 1945, que o corpo do mesmo ainda não foi encontrado, presumindo-se que tenha sido sepultado pelos alemães. II – Determino, pois, que o Cmte. da Secção de Guarda do Cemitério Militar Brasileiro de Pistóia proceda numa investigação no ponto cotado 747 – Carta de Montese. Francolise, 20 de Agosto de 1945 (Bol. nº 43 de 22 do corrente do Comando de Grupamento da Itália, da 1ª D.I.E.)”.
Foi sepultado no Cemitério Militar Brasileiro de Pistoia no dia 21 Dez 1945, onde ocupou a sepultura 18, Quadra D, Fileira 2.
Foi promovido Post Mortem ao posto de 2ª Tenente (Decreto Presidencial de 8 Jun 1945).

APÓS A GUERRA
Em 7 Jul 1946, o município de São Matheus do Sul prestou homenagem ao grande herói da 2ª Guerra Mundial, Tenente Max Wolff Filho, denominando a rua em que morava com seu nome e, no início desta, construindo-se um obelisco.
Seus restos mortais retornaram ao Brasil em 21 Dez 1960 e encontram-se no Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, no Rio de Janeiro.
Em 14 Abr 1950, os Expedicionários paranaenses, reunidos em sua 3ª convenção estadual, inauguraram na cidade de Rio Negro, PR, uma praça que leva seu nome. Além de um busto, que traz a imagem do Sargento que fica sobre um brasão com a palavra Brasil e o símbolo da cobra fumando.
Em 5 Mai 1955, foi inaugurada em Curitiba/PR uma rua denominada Ten. Max Wolff Filho. Obs: outras cidades do estado do Paraná, como Apucarana, Cascavel, Lapa, Maringá e São José das Palmeiras também trazem logradouros públicos com o seu nome. Outros estados, dentre os quais Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Minas Gerais e Rio Grande do Sul também prestaram homenagens, denominando ruas e praças com o seu nome.
Em 27 Ago 1974, a Legião Paranaense do Expedicionário instituiu a “Medalha Tenente Max Wolf Filho”, com a finalidade de perpetuar o reconhecimento da Legião Paranaense do Expedicionário a todas as personalidades que tenham prestado serviços relevantes à entidade.
Em 13 Jul 1994, por meio da Portaria do Ministro do Exército nº 327, foi concedida ao 20º Batalhão de Infantaria Blindado a denominação histórica de “Batalhão Sargento Max Wolff Filho”.
Em 23 Abr 2007, por meio da Portaria nº 229, o Comandante do Exército concedeu à Escola de Sargentos Armas (ESA), localizada em Três Coações, MG, a denominação histórica “Escola Sargento Max Wolf Filho”
Em 25 Fev 2010, por meio do Decreto nº 7.118, foi criada a a Medalha Sargento Max Wolff Filho. A medalha é conferida a Subtenentes e Sargentos do Exército brasileiro, em reconhecimento à dedicação e interesse pelo aprimoramento profissional, que efetivamente se tenham destacado no seu desempenho profissional, evidenciando características e atitudes inerentes ao 2o Sargento Max Wolff Filho, componente da Força Expedicionária Brasileira (FEB) e herói brasileiro da II Guerra Mundial.
Transcrição da Carta enviada pelo general Zenóbio da Costa, comandante da Infantaria Divisionária da FEB, para a mãe do Sargento Max Wolf Filho:

“Alessandria, Itália, 26 de Maio de 1945
Ilma. Snra. ETELVINA WOLFF
Respeitosos cumprimentos
Acabo de receber o vosso telegrama em que me solicitais informações sôbre seu filho, Segundo Sargento Max Wolff.
É, verdadeiramente contristado, que vos participo que o vosso filho, quasi ao terminar a guerra, tombou como um verdadeiro bravo em defesa do nosso querido Brasil.
Podeis, dele, vos orgulhar. Ninguém o ultrapassou em lealdade, desprendimento, destemôr e espírito de sacrifício. Pedia, a miúde, para ser incluído nas patrulhas que, altas horas da noite, iam em busca do contáto com o inimigo. Portou-se, sempre, como um verdadeiro soldado. Nada o demovia do cumprimento do dever: nem o frio inclemente, nem o inimigo rancoroso e destemido. Dentre as Citações de Combate, conferida a vários Oficiais e Praças, a sua se projetará na história da nossa Pátria.
Apresentando-vos, pois, em meu nome e da Infantaria Expedicionária, as nossas sinceras condolências, eu vos afirmo que o vosso pranteado filho, à semelhança dos Pinheiros de vossa Terra Natal, viveu, pelas suas qualidades morais, sempre na vertical e caiu deixando um vazio cheio de saudades entre os componentes da Fôrça Expedicionária Brasileira. [a] Gen. Euclydes Zenobio da Costa”.

 

MEDALHAS E CONDECORAÇÕES

  • Medalha Cruz de Combate de 1ª Classe

  • Medalha de Campanha

  • Medalha de Sangue do Brasil

  • Medalha Estrela de Bronze – Bronze Star (EUA)

FONTES

CRÉDITOS
Museu Virtual da FEB / Schiochet, Ariane