Humberto de Alencar Castello Branco

4384 – HUMBERTO DE ALENCAR CASTELLO BRANCO

FILIAÇÃO
Cândido Borges Castello Branco e Antonieta de Alencar Castello Branco.

ANTES DA GUERRA
Nasceu em Fortaleza, CE, no dia 20 de setembro de 1897.
Entre 1909 e 1911, acompanhando os deslocamentos do pai (militar), foi aluno em três diferentes colégios: Aires da Gama (Recife), Liceu do Piauí (Teresina) e Liceu do Maranhão (São Luís).
Em 1912, seu pai foi transferido para a cidade de Rio Pardo (RS). Interessado em seguir a carreira militar, Castelo Branco ingressou no Colégio Militar de Porto Alegre, onde permaneceu, em regime de internato.
Ao concluir seu curso em 1917, voltou a residir com sua família, já no Rio de Janeiro. Em 29 Jan 1918, sendo aluno do Colégio Militar, verificou praça (soldado), voluntariamente, na 4ª Companhia de Estabelecimentos, em São Cristóvão, no Rio de Janeiro, sendo excluído em 22 de abril do mesmo ano, quando ingressou na Escola Militar do Realengo. Em 10 Maio 1918, foi incluído na Companhia de Infantaria. Aprovado nos períodos fundamental e no segundo período, em 1º Mar 1920, foi matriculado no curso especial de Infantaria.
Em 18 Jan 1921, foi declarado aspirante-a-oficial, sendo designado para servir no 12º Regimento de Infantaria (RI), em Belo Horizonte, MG. Em 11 Maio 1921, foi promovido a 2º tenente. Em 31 Out 1922, foi promovido a 1º tenente, ainda no 12º RI.
Em março de 1924, iniciou o curso da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais. Durante o curso, chegou a ser detido e mantido incomunicável, por suspeita de conspiração, o que restou comprovado não ser verdade. Concluiu o curso em dezembro de 1924, obtendo o segundo lugar por ordem de merecimento intelectual na sua arma.
Em 28 Mar 1925, retornou ao 12º RI, onde permaneceu até 1926. A partir de abril de 1925, em destacamento da sua unidade participou de operações militares em defesa da legalidade, participou de ações contra revolucionários em outros Estados, tendo a atuação reconhecida em louvores e referências elogiosas dos seus comandantes.
Em abril de 1927, assumiu o cargo de auxiliar de instrutor de infantaria da Escola Militar do Realengo, onde exerceu, também, a função de comandante de companhia.
Em abril de 1929, iniciou curso na Escola de Estado-Maior (EEM). Sem prejuízo das demais funções, foi nomeado instrutor auxiliar do Curso de Infantaria do Centro de Preparação de Oficiais da Reserva. Com a eclosão da Revolução de 1930, o curso da EEM foi suspenso e os oficiais-alunos retornaram à tropa. Com a vitória dos revoltosos – que Castello Branco combatia – e a assunção do poder por Getúlio Vargas, regressou ao Rio de Janeiro para retomar o curso da EEM, alcançando a primeira colocação no curso, concluído 23 Dez 1931.
Em 24 Fev 1932, assumiu a função de adjunto do diretor do ensino militar na Escola Militar do Realengo. Em 1º Abr 1932, foi promovido a capitão. Teve destacada participação na revolução de São Paulo, junto às tropas federais.
Foi instrutor da EEM, entre fevereiro de 1934 e março de 1935. Em 2 Mar 1935, apresentou-se no 15º Batalhão de Caçadores (BC), em Curitiba, permanecendo até 13 Mar 1936. Nesse período desempenhou missões e comissões em outras unidades militares, como o 13º RI, de Ponta Grossa, PR.
Em março de 1936, foi transferido da capital paranaense para o Rio de Janeiro, onde viria a ser professor de Tática e História Militar, na EEM. Em 1937, foi indicado para cursar a Escola Superior de Guerra da França, mudando-se para Paris. Em maio de 1938, foi promovido a major. Em outubro de 1938, retornou da França.
Entre janeiro de 1939 e junho de 1940, foi instrutor-adjunto da EEM. Em 31 Ago 1940, assumiu a função de oficial adjunto do gabinete do ministro da guerra, permanecendo na função até 21 Set 1941.
Em 25 Set 1941, assumiu a função de instrutor-chefe de infantaria da Escola Militar do Realengo. A partir de 7 Jul 1942, também foi instrutor da cadeira “emprego tático das forças terrestres”, na Escola de Aeronáutica, sendo exonerado da função por ocasião do seu embarque para a Itália, a pedido. Em 15 Abr 1943, foi promovido a tenente-coronel.
Em meados de 1943, junto a outros oficiais brasileiros, Castello Branco foi enviado aos EUA para estagiar na Escola de Comando e Estado-Maior dos Estados Unidos da América, em Fort Leavenworth, no Kansas, visando à assimilação dos métodos de combate e estratégia a serem empregados pela Força Expedicionária Brasileira.
De volta dos EUA, a partir de 18 Out 1943 passou à disposição do o general João Baptista Mascarenhas de Moraes, que havia sido nomeado para comandar a 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária (DIE) da FEB. Castello Branco assumiria a função de chefe da Seção de Operações (3ª Seção do Estado-Maior). A partir dessa data, realizou diversas viagens de inspeção de instrução nas guarnições em que ocorria o preparo descentralizado da FEB.
Em 14 Jun 1944, foi elogiado pelo general Mascarenhas de Moraes, nos seguintes termos: “Desde os primeiros passos da organização da 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária, o tenente coronel HUMBERTO DE ALENCAR CASTELO BRANCO tem sido um colaborador atento, minucioso e exigente no preparo técnico da tropa. De brilhante inteligência, possuidor de grande cultura geral e profissional, de notável flexibilidade de espírito e dotado de uma capacidade de trabalho de alto rendimento, sua ação, como chefe da 3ª Seção do Estado Maior, tem se concentrado particularmente no aproveitamento operacional do tempo reduzido que nos resta em território nacional para o adestramento da Grande Unidade. E a despeito de um conjunto de circunstâncias desfavoráveis, consegue orientar a preparação da tropa de modo a colher resultados muito compensadores. Fazendo este louvor ao tenente coronel CASTELO BRANCO, trago-lhe também os meus agradecimentos por tão leal e precioso colaborador”.
Em 2 de julho de 1944, o navio de transporte General W. A. Mann desatracou do porto do Rio de Janeiro para levar o 1º Escalão da FEB à Itália.

DURANTE A GUERRA
Às 13h 30 min do dia 16 Jul 1944, desembarcou no porto de Nápoles, seguindo para a área de preparo nº 3 do acampamento de Bagnoli. Em 27, deslocou de automóvel para reconhecer a nova área de estacionamento do Escalão Avançado, em Tarquinia, retornando no dia 29 de julho.
Em 31 de julho, deslocou-se deslocou para área de estacionamento do Escalão Avançado, em Tarquinia, comandando o Destacamento de Estacionadores. Em 5 de agosto foi incorporado ao 5º Exército dos Estados Unidos. Em 15 de agosto deslocou-se para Vada, onde a tropa foi submetida a rigoroso treinamento, conduzido por militares norte-americanos, supervisionado por Castello Branco, em contatos diários com o major Vernon Walters. Entre 28 e 31 de agosto, estagiou na EA partir de 14 de setembro deslocou-se para a região de Ospedaleto.

Elogios e louvores ao tenente-coronel Humberto de Alencar Castello relativos à atuação na FEB:
– Em 16 de outubro de 1944, pelo General Euclides Zenóbio da Costa, comandante do Destacamento da Força Expedicionária Brasileira: “Quero também apresentar os meus agradecimentos ao Tenente-Coronel HUMBERTO DE ALENCAR CASTELO BRANCO, que vem desempenhando as funções de oficial de ligação entre o meu QG e o IV Corpo do Exército dos Estados Unidos e a 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária. No exercício dessa função, o Ten Cel CASTELO BRANCO tem revelado muita habilidade, confirmando plenamente o elevado conceito que desfruta em nossa classe de oficial inteligente, circunspecto, leal, dotado de grande capacidade de trabalho, de acentuado espírito de cooperação e disciplina intelectual. Em companhia de oficiais do meu Estado-Maior, tem ido repetidas vezes à linha de frente, revelando coragem pessoal. Agradeço-lhe a excelente colaboração prestada ao destacamento e pelas reais qualidades de um perfeito oficial de Estado-Maior, concretamente demonstradas na guerra. Auguro-lhe um brilhante futuro”.
– Em 25 de outubro de 1944, pelo General João Baptista Mascarenhas de Moraes, comandante da Força Expedicionária Brasileira e da 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária: “É com prazer que torno público o seguinte elogio ao Tenente-Coronel HUMBERTO DE ALENCAR CASTELO BRANCO, chefe da 3ª Seção/Estado-Maior. Oficial de grande valor profissional, inteligente, metódico e culto, o Tenente-Coronel CASTELO BRANCO possui as qualidades necessárias a um perfeito oficial de estado maior, serviço este do qual tem grande tirocínio. Desde o embarque da tropa brasileira no Rio de Janeiro, posterior desembarque na Itália e até o presente, o Ten Cel CASTELO BRANCO não tem poupado esforços para prestar os melhores serviços como chefe da terceira sessão do estado maior. Muito conciso e claro nas suas decisões, revela sempre o propósito rápido da execução, criando, assim, confiança do chefe. Hábil e desembaraçado, o Tenente Coronel CASTELO tem-se revelado sempre um prestimoso auxiliar de meu comando, pela extrema dedicação e solicitude no serviço. Com os meus agradecimentos, faço público esses louvores”.
– Em 14 de janeiro de 1945, pelo general Mascarenhas de Moraes: “Possuidor de exuberante inteligência, de sólida cultura profissional e de invejável capacidade de trabalho, constitui-se o tenente-coronel HUMBERTO ALENCAR CASTELO BRANCO, uma perfeita garantia para o absoluto êxito dos misteres afetos à 3ª Seção, que chefia com destacado brilhantismo, impondo-se não só dentro da 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária, onde sempre teve conceito firmado, como também nos escalões mais elevados de comando. Nessa fase feliz da nossa atuação na região do Reno, salienta-se sobremaneira também pelas suas atitudes de vigilância, estando sempre atento e intervindo com habilidade e descortínio em todas as situações decisivas, demonstrando uma grande confiança e acerto na direção das operações, ao par de um invulgar destemor debaixo do fogo. Distribui os encargos entre os auxiliares de um modo lógico e correto, formando um ambiente de disciplina e camaradagem com ótimos resultados para o serviço, o que vem em abono do seu raro senso de organização e caracteriza a sua personalidade de chefe consciente e capaz, interessado em ações coletivas. Vejo no tenente-coronel CASTELO BRANCO um dos exemplares colaboradores do comando, cuja autoridade acata e respeita. É com imensa satisfação que lhe faço as presentes referências, reconhecendo os seus reais méritos indispensáveis à nossa atuação neste momento histórico para a sorte das armas do Brasil e prestígio do seu Exército diante das Forças Aliadas”.
– Conceito: “Este oficial, pelo seu saber profissional preciso como chefe, preciso espírito de realização e sereno destemor tem, como chefe da 3ª Seção do Estado Maior da 1ª D.I.E., contribuído eficazmente na concepção, realização e sucesso das nossas operações militares na Itália. É um brilhante oficial de Estado Maior, cuja carreira se encaminha para o generalato”. Assinado: General de Divisão J.B. Mascarenhas de Moraes, comandante do 1º escalão da FEB e da 1ª DIE.
– Em 8 de março, pelo general Mascarenhas de Moraes, em virtude de um elogio feito pelo comandante do IV Corpo, referente à operação que resultou na captura e consolidação do maciço de Belvedere-Castello: “Ao chefe da 3ª Seção do E.M., Tenente-Coronel HUMBERTO DE ALENCAR CASTELO BRANCO, elogio pelo brilhante e fecundo trabalho que executou, não só no transcurso da fase preparatória para o estabelecimento e discussão dos planos que serviriam de base às ordens de operações, como pela ação pessoal que lhe coube durante a evolução do combate. Com sua fértil inteligência e raciocínio completo, com o profundo conhecimento que tem do emprego e combinação das armas, com o senso absoluto do terreno que tem em vista e com o julgamento feliz dos meios, pôde estudar e conceber a manobra dentro da missão fixada pelo IV Corpo, propondo ao comando e dentro da missão fixada pelo comando, o plano definitivo. Vivendo a jornada, soube discernir de seu verdadeiro papel de chefe da 3ª Seção, juntamente ao 1º R.I., como representante do pensamento do comando para acompanhar o desenvolvimento das operações, portando-se com habilidade e proficiência, conseguindo manter integral, no espírito dos executantes, a ideia da manobra pré-estabelecida que conduziu ao êxito final”.
– Em 27 de março, pelo general Mascarenhas de Moraes, em virtude do elogio feito pelo comandante do IV Corpo de Exército, general Willis D. Crittenberger: “Ao Tenente-Coronel HUMBERTO DE ALENCAR CASTELO BRANCO, chefe da 3ª Seção do E.M., que de modo objetivo agiu nas operações, empolgando-se pelas grandes responsabilidades das funções que exerce. Os planos que orientaram as ações foram baseados nos estudos, análises e conclusões a que chegaram os seus sólidos conhecimentos profissionais, acentuando o espírito de observação, concreto senso do terreno e perfeito discernimento da missão atribuída pelo quarto corpo à primeira DI, numa nova e exuberante prova dos seus conhecidos méritos. No transcurso das brilhantes jornadas de 3 a 7 de março, foi incansável na fiscalização da execução das ordens expedidas pelo comando da Divisão, tanto para defesa agressiva do nosso flanco, conjunto Pizzodo Campiano-Monte Belvedere, a cargo do Agrupamento Oeste, como nas operações que enfeixaram na conquista da localidade de Castelnuovo, Itália. Durante o desenvolvimento das diversas fases de combate que culminaram na captura da citada localidade, manteve-se sempre nos postos de comando dos regimentos de ataque, concorrendo para que a manobra delineada na ordem das operações não sofresse deformações e obedecesse ao ritmo previsto. Louvo-o pela dedicação demonstrada e pelo conjunto de qualidades que exornam a sua personalidade de oficial de Estado-Maior, sempre atento e sereno diante do desenrolar dos acontecimentos, apresentando sugestões e lembrando medidas que traduzem e esclarecem a ideia da manobra planejada pelo comando”.
– Em 1º de abril, do general Mascarenhas de Moraes: “Ao recordar os dias amargos das nossas primeiras atuações no vale do Rio Reno, não posso esquecer a figura do Tenente Coronel Humberto de Alencar Castelo Branco, chefe da terceira seção do EM, que com seu ardor profissional, capacidade de ação e ânimo sereno diante do perigo e das responsabilidades, tomou parte ativa em todos os acontecimentos que se desenrolaram entre 24 de novembro e 12 de dezembro de 1944. Quando o terceiro barra sexto RI, fazendo parte da 45 Task Force, atacava o corredor de Abetaia, a 24 de novembro, o Tenente Coronel Castelo fez uma dedicada assistência à nossa tropa, lançando-se para a frente em colaboração do comandante do Batalhão, no sentido de escolher uma melhor colocação para os elementos de ataque e, a despeito do fogo inimigo, permaneceu ao lado do comandante do Batalhão para esclarecê-lo dos detalhes da sua missão. No ataque de Monte Castelo, a 29 de novembro, o Tenente-Coronel CASTELO manteve-se junto ao comandante do agrupamento, acompanhando o desenrolar da ação, traduzindo o pensamento do comandante da Divisão e de todo o transcurso da manobra. No segundo ataque a Monte Castelo, a 12 de dezembro, o Tenente-Coronel CASTELO, mais uma vez, representou o comando da Divisão junto ao comandante do agrupamento de ataque, pondo sempre em evidência as suas qualidades de critério e habilidade nas situações difíceis que teve que encarar. Por todas essas razões, elogio o Tenente-Coronel CASTELO BRANCO como um dos melhores colaboradores do meu comando, sempre à altura de suas qualidades profissionais”.
– Em 30 de maio, pelo comandante da FEB: “O Tenente-Coronel HUMBERTO DE ALENCAR CASTELO BRANCO, chefe da 3ª Seção do E.M., confirmou, nesta última fase da campanha, o excepcional rendimento já fornecido nas fases anteriores, colaborando na conduta das operações e na fiscalização das ordens de comando. Desde o início da ofensiva, caracterizada pela ação sobre Montese, a 3ª Seção manteve seu dinamismo normal, atento à evolução da situação através da flexibilidade do espírito do seu chefe, Tenente-Coronel Castelo Branco. Iniciando o aproveitamento do êxito para W na direção do Vale Panaro e para N na direção de Zocca-Vignola, foi possível manter o contato com as retaguardas inimigas, graças à dedicação com que o chefe da 3ª Seção, com perfeito sentimento de realidade, soube estabelecer os planos de ação. Ainda uma vez, esses planos foram eficientes e objetivos, quando constatada a rutura do contato e lanças das nossas descobertas, os grossos conseguiram se rearticular rapidamente ao S. da Estrada nº Nove, Vila Emilia, barrando, de acordo com as ordens do escalão superior, todas as saídas N dos Apeninos entre Módena e Piacenza. Consciente de sua responsabilidade, conhecendo profundamente o terreno em que operava, pelo estudo minucioso e observação segura, pesando bem o valor da tropa empregada, manteve frequente contato em todas as frentes, em deslocamentos sucessivos que atestam o grande valor físico. Quando a situação parecia indecisa, nunca vacilou em ir às primeiras linhas, sob pesados e certeiros bombardeios inimigos, levar o pensamento do comando e interpretá-lo por uma decisão, nas ocasiões difíceis. É uma figura de chefe que se impõe, que sabe respeitar e acatar a autoridade e o prestígio do comando. Reputo preciosa, objetiva, inteligente e oportuna a colaboração do Ten. Cel. HUMBERTO DE ALENCAR CASTELO BRANCO, no acionamento dos meios que nos conduziram ao êxito final da campanha, que culminou com a rendição incondicional da 148ª Divisão Alemã e dos remanescentes da Divisão Bersaglieri Itália e da 90ª Divisão Panzer Grenadier. Por ocasião do ato da rendição, coube-lhe esperar com o chefe do E.M. da Divisão, na madrugada de 28 de abril, os entendimentos com os parlamentares que serviram de base a este notável feito de nossa história militar. Faço assim os meus efusivos louvores ao Ten. Ce.l CASTELO BRANCO pelos relevantes serviços prestados nessa última fase das operações, augurando-lhe toda a sorte de felicidades na sua brilhante carreira militar e que continue a dar ao Exército o máximo de seus esforços, o saber de sua inteligência privilegiada e a messe de entendimentos e objetivamente colheu no Teatro de Operações da Itália”.
– Em 26 de junho, citação do general comandante do 5º Exército ao entregar a condecoração Bronze Star. “HUMBERTO DE ALENCAR CASTELO BRANCO, tenente-coronel de infantaria da Força Expedicionária Brasileira, por serviços meritórios em combate período de 19 de fevereiro a 5 de março de 1945, no Vale do Reno, Itália. Como chefe da 3ª Seção do Estado Maior da divisão brasileira de infantaria, o tenente-coronel Castelo Branco imprimiu espírito ofensivo à chefia do seu cargo, demonstrou profundo conhecimento tático e previsão que permitiram às tropas brasileiras cumprir com sucesso contínuas e eficientes operações sobre difícil terreno montanhoso. Fez frequentes visitas às unidades na linha de frente e estudou o terreno para a preparação das operações que culminaram com a bem-sucedida ocupação das tropas brasileiras de MONTE CASTELLO E CASTELNUOVO. Mostrando completo desprezo por sua segurança pessoal quando estava sob intenso fogo inimigo de artilharia e armas portáteis, o tenente-coronel CASTELO BRANCO demonstrou grande eficiência na execução dos seus deveres e cooperou de perto durante todo o tempo com a 3ª Seção de um Corpo Americano. Sua exemplar conduta e hábeis planos estão de acordo com as mais altas tradições dos Exércitos Aliados. Entrou para o serviço militar, no estado do Ceará, Brasil”.

Em 3 de maio, viajou então para Alessandria, local do novo posto de comando da FEB.
Em 25 Jun 1945 foi promovido ao posto de coronel, por merecimento.

APÓS A GUERRA
De 1º Jul a 18 Set 1945, exerceu a função de chefe do Estado-Maior da 1ª DIE.
Pelo Diário Oficial de 10 de agosto, foi nomeado presidente da Comissão para elaboração de anteprojeto de decreto-lei versando sobre amparo aos herdeiros, concessão de vantagens e aproveitamento de militares da FEB.
De 19 Set a 5 Nov 1945, visitou os campos de batalha europeus, a convite do Exército dos EUA.
Em 9 Nov 1945, assumiu a função de diretor de ensino da Escola de Estado-Maior (EEM), permanecendo até 16 Fev 1949. Nesse período, comandou interinamente a EEM em várias ocasiões.
Em 14 Abr 1946, foi nomeado, por Portaria Ministerial, para presidir a comissão para emitir parecer referente às pensões instituídas pelos Decretos-Lei nº 8.794 e 8.795, de 23 Jan 1946.
Em outubro de 1947, foi eleito presidente da seção do Rio de Janeiro da Associação dos Ex-Combatentes do Brasil
Em fevereiro de 1949, foi nomeado chefe da 3ª Seção do Estado-Maior do Exército (EME), permanecendo até agosto de 1952.
Promovido a general de brigada, em 2 Ago 1952, no dia 10 Nov 1952, assumiu o comando da 10ª Região Militar, sediada em Fortaleza, CE. Permaneceu nesse Comando até 21 Maio 1954 para, a convite do General Mascarenhas de Moraes, seu comandante na FEB, assumir a função de subchefe do Exército no Estado-Maior das Forças Armadas (EMFA), na qual permaneceu até 14 de setembro.
Em 15 Set 1954 assumiu o comando da atual Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, permanecendo até 3 Jan 1956. Ainda em janeiro de 1956 Castello Branco voltou à sua antiga função de assistente do chefe do EMFA.
Em 4 Abr 1956, quando foi nomeado assistente do comandante da Escola Superior de Guerra. Em 19 Dez 1956 foi diplomado no Curso Superior de Guerra.
Em 25 Ago 1958, foi promovido a general de divisão. Em 10 de dezembro, assumiu o Comando Militar da Amazônia e a 8ª Região Militar, com sede em Belém, permanecendo na função até 23 Abr 1960.
Em 25 Abr 1960, assumiu a função de Diretor de Ensino e Formação do Exército, tornando-se responsável pela coordenação dos colégios militares, dos centros de preparação de oficiais da reserva e da Academia Militar das Agulhas Negras, entre outros estabelecimentos de ensino.
Em 25 Jul 1962, foi promovido a general de exército. Em setembro do mesmo ano, foi nomeado comandante do IV Exército, sediado em Recife, função que ocupou entre 28 Set 1962 e 31 Ago 1963.
Em 13 Set 1963, assumiu a função de chefe do Estado-Maior do Exército, permanecendo na função até 13 Abr 1964.
Em 11 Abr 1964, foi realizado no Congresso Nacional o pleito para a escolha do novo presidente da República. Castelo Branco concorreu como candidato único, contando com o apoio de nove partidos. Ao final da eleição, Castelo recebeu 361 votos.
Em 14 Abr 1964, foi transferido para a reserva remunerada, e promovido ao posto de Marechal.
Em 15 Abr 1964, Castelo Branco assumiu a presidência da República, permanecendo na função até 15 Mar 1967. Ao encerrar o mandato, Castelo retirou-se da vida pública e voltou a lecionar na ESG.
No dia 18 de julho de 1967, quando voltava da localidade de Mondubim (distrito de Fortaleza) para a capital do Estado do Ceará, o pequeno avião que o transportava colidiu com um caça da Base Aérea de Fortaleza, causando a morte do ex-presidente e de seus acompanhantes.
Castelo Branco foi sepultado no Rio de Janeiro e, em julho de 1972, seus restos mortais e os de sua esposa – falecida em 1963 – foram levados para Fortaleza e depositados no Mausoléu da Abolição, junto ao palácio do governo.
Um município em Santa Catarina e outro no Paraná receberam o nome de Presidente Castelo Branco em sua homenagem.
Em 30 Out 1980, por meio da Portaria nº 1.311, o ministro do Exército, concedeu ao 23º Batalhão de Caçadores, sediado em Fortaleza, CE, a denominação histórica “Batalhão Marechal Castello Branco”.

MEDALHAS E CONDECORAÇÕES

  • Bronze Star (EUA)
  • Cruz de Guerra com Palma (França)
  • Diploma de Membro Honorário do IV Corpo de Exército (EUA)
  • Estrela Negra da União Francesa, grau Comandante (França)
  • Grã-Cruz da Ordem de Leopoldo II (Bélgica)
  • Grã-Cruz da Ordem do Mérito Militar (Brasil)
  • Grã-Cruz da Ordem do Mérito Naval (Brasil)
  • Grande Oficial da Ordem da Coroa da Itália (Itália)
  • Grande Oficial da Ordem do Mérito Aeronáutico
  • Medalha Condor dos Andes (Bolívia)
  • Medalha Cruz de Combate de 1ª Classe
  • Medalha de Campanha
  • Medalha de Guerra
  • Medalha de Prata Comemorativa do Cinquentenário da Proclamação da República
  • Medalha do Mérito Tamandaré
  • Medalha do Pacificador
  • Medalha Marechal Hermes – Aplicação e Estudo, de prata dourada
  • Medalha Marechal Souza Aguiar
  • Medalha Mérito Santos Dumont
  • Medalha Militar de Ouro com passador de platina (Brasil)
  • Membro Honorário do IV Corpo de Exército (EUA)
  • Ordem da Coroa da Itália – Grau Comendador
  • Ordem da Legião do Mérito, grau Oficial (EUA)
  • Ordem do Mérito Judiciário Militar
  • Ordem Militar de Avís, grau Grande Oficial (Portugal)
  • Ordem Militar de Malta (Malta)
  • Ordem Nacional da Legião de Honra, grau Comendador (França)
  • Ordem Nacional del Merito, grau Oficial (República do Paraguai)
  • Ordem Nacional do Mérito (Brasil)
  • Reconaissance Française – Medaille Verneil
  •  

FONTES

CRÉDITOS
Museu Virtual da FEB / Fröhlich, Sirio S.