João Baptista Mascarenhas de Moraes
13233 – JOÃO BAPTISTA MASCARENHAS DE MORAES
FILIAÇÃO
Filho de Lafaiete Apolinário de Moraes e de Manuela Mascarenhas de Moraes.
ANTES DA GUERRA
Em 1º Abr 1899, aos 15 anos, foi matriculado na Escola Preparatória e de Tática de Rio Pardo, RS, destinada a preparar cadetes para a Escola Militar do Brasil.
Em março 1902, ingressou na Escola Militar do Brasil, situada na Praia Vermelha, no Rio de Janeiro-DF. Com o fechamento dessa escola, em novembro de 1904 foi incluído como soldado no 23º Batalhão de Infantaria, no Rio de Janeiro. Em fevereiro do ano seguinte, foi transferido para o 6º Batalhão de Artilharia de Posição, (6º BAP) situado na Fortaleza de São João, e em junho integrou o grupo de cadetes que prestou exames correspondentes ao ano letivo de 1904. Aprovado, retornou ao 6º BAP, onde passou à condição de alferes-aluno.
Em 1905, apresentou-se no 1º Regimento de Artilharia de Campanha, em São Gabriel-RS.
Em novembro de 1906, foi transferido para o 6º BAP, na Fortaleza de São João. Em janeiro de 1907 foi promovido a segundo-tenente, em junho desse ano, foi colocado à disposição do Ministério das Relações Exteriores (MRE) para servir no contingente militar agregado à Comissão de Limites do Brasil com a Bolívia. Ainda nessas funções, cursou a Escola de Artilharia e Engenharia do Realengo em 1908 e, dois anos depois, diplomou-se em Estado-Maior e Engenharia Militar, com o título de Bacharel em Matemática e Ciências Físicas, tendo se apresentado à comissão que trabalhava nas obras do Forte de Copacabana, em 1910.
Em 9 Jun 1910 foi promovido a primeiro-tenente. Em 16 Ago 1910, apresentou-se novamente no MRE, nomeado ajudante da Comissão de Limites do Brasil com a Bolívia, trabalhando na demarcação das fronteiras nacionais, na qual permaneceu até o final de 1914.
Em 12 Jan 1915 retornou à tropa, no 1º Regimento de Artilharia Montada (RAM), no Rio de Janeiro.
Entre 31 Maio 1916 e 30 OUT 1918, serviu no 3º Grupo de Obuses 105, em São Cristóvão, no Rio de Janeiro.
Em 5 Nov 1918, foi promovido a capitão, e designado para o Estado-Maior do Exército (EME). Em 1919, atuou como adjunto da chefia do EME e fiscal de ensino da Escola de Tática e Tiro da Guarda Nacional.
Em 7 Abr 1920, após ser desligado do EME, apresentou-se na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (EsAO). Concluído o curso, em 1921 foi transferido para o 1º RAM, no Rio de Janeiro, onde permaneceu até 1923.
Em 3 Jul 1923, foi promovido a major e exerceu as funções de fiscal da Escola de Aviação Militar, no Rio de Janeiro.
Em 12 Dez 1923, apresentou-se para comandar o 1º Grupo do 1º RAM, na Vila Militar do Rio de Janeiro. A partir de 5 Jul 1924, o seu regimento protagonizou destacáveis operações contrarrevolucionárias durante a Revolução de São Paulo.
Em Jul 1927, foi transferido para o 1º Grupo do e Artilharia de Montanha, em Campinho, também no Rio de Janeiro.
Em 26 Jan 1928 foi promovido a tenente-coronel, sendo nomeado para comandar o 9º RAM, de Curitiba-PR.
Em fevereiro de 1929, foi transferido para o 1º Grupo de Artilharia de Costa e Fortaleza de Santa Cruz, em Niterói, assumindo o comando da unidade em 11 de abril daquele ano.
Em 3 Abr 1930, foi transferido para o 6o RAM, em Cruz Alta, RS, no atribulado período do movimento revolucionário contra o governo de Washington Luís. Em 4 Out 1930, foi preso pelos revolucionários e conduzido a Porto Alegre para recolhido ao navio Araçatuba e depois ao Comandante Ripper, atracados ao porto da capital gaúcha, permaneceu preso de 7 Out a 14 Nov 1930. Com a posse de Getúlio Vargas, foi libertado, permanecendo adido ao QG da 3ª Região Militar, em Porto Alegre até 23 Fev 1931, quando passou a adido ao Departamento de Guerra, no Rio de Janeiro. Em 4 Mar 1931, passou à disposição da Escola de Estado-Maior, onde permaneceu até 7 Jan 1932, quando se apresentou no Estado-Maior do Exército.
Em 22 Jan 1932, já no posto de coronel, assumiu o comando do 1º RAM, no Rio de Janeiro. Exonerado em 12 de abril do mesmo ano, foi classificado no 9º RAM, em Curitiba, cujo comando assumiu em 26 Maio 1932. Com a eclosão da Revolução Constitucionalista de São Paulo em 9 Jul 1932, foi afastado de suas funções ficando adido ao Comando Regional.
Em 22 Out 1932, foi transferido para o quadro suplementar do Exército e nomeado chefe de gabinete do Departamento de Pessoal da Guerra, onde permaneceu até fevereiro de 1934, quando assumiu função de diretor-geral de ensino da Escola de Armas, na Vila Militar, no Rio de Janeiro, em 9 Mar 1932.
Em 29 Jul 1935, assumiu o comando da Escola Militar do Realengo. Em 27 de novembro eclodiu a Intentona Comunista, com a sublevação do 3º Regimento de Infantaria, na Praia Vermelha, e da Escola de Aviação Militar, no Campo dos Afonsos. Efetivos comandados por Mascarenhas de Moraes deslocaram-se para essa última unidade e contribuíram na repressão à revolta.
Em 15 Nov 1937, foi promovido ao posto de general de brigada, e assumiu o comando efetivo da 9ª Região Militar (9ª RM), sediada em Cuiabá-MT, função que assumira interinamente em julho de 1937.
Em 13 Jul 1938, foi nomeado comandante da Artilharia Divisionária da 1ª Divisão de Infantaria, situada na Vila Militar, no Rio de Janeiro. Permaneceu nessa função até maio de 1940.
Em 21 Jun 1940, assumiu o comando da 7ª RM, em Recife. Promovido a general de divisão em 4 Jun 1942, permaneceu no mesmo Comando até 29 Jan 1943.
Em 15 Mar 1943, assumiu o comando da 2ª Região Militar, em São Paulo, permanecendo até 17 Ago do mesmo ano. A exoneração desse Comando foi publicada em 22 Out 1943.
Em 7 Out 1943, foi designado para organizar e instruir a 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária (1ª DIE). Entre 6 e 30 Dez 1943, chefiou a Comissão Militar Brasileira em viagem de observação do teatro de operações do Mediterrâneo.
Em 28 Dez 1943, foi nomeado comandante da 1ª DIE.
DURANTE A GUERRA
Em 2 Jul 1944, o navio de transporte de tropas US General Mann, desatracou do porto do Rio de Janeiro. Mascarenhas de Moraes seguiu junto ao 1º Escalão da FEB, desembarcando no porto de Nápoles, no dia 16 Jul 1944.
Em 19 Jul 1944, foi hasteada, pela primeira vez, a bandeira do Brasil, no estacionamento em Agnano, onde participou da primeira missa no TO Europeu, em 23 Jul 1944.
Em 26 Jul 1944 foi autorizado o deslocamento do 1o Escalão da FEB para a região de Tarquinia, concluída em 5 Ago 1944.
Em 2 Ago 1944 participou de audiência com o Papa Pio XII, em Roma. Em 11 Ago 1944, encontrou-se com o Gen Mark Clark, em Cecina.
Entre 18 e 20 Ago 1944, a tropa seguiu para Vada, a cerca de 25 Km da frente de combate. Em 19 Ago 1944, em Cecina, junto a uma Companhia de Guerra formada por militares do 6o RI, participou da visita de Inspeção do primeiro-ministro inglês, Winston Churchill, ao V Exército.
Em 24 Ago 1944, recebeu a visita do Gen Mark Clark, comandante do V Exército dos EUA, em Vada, onde assistiu à evolução da preparação da tropa brasileira e participou da solenidade alusiva ao Dia do Soldado, em 25 Ago 1945.
Em 13 Set 1944, após a 1ª Companhia de Engenharia haver construído a primeira ponte Bailey sobre o rio Arno, recebeu a notícia de engajamento do Destacamento FEB entraria em linha de combate.
Em 18 Set 1944, esteve junto ao Destacamento FEB quando esse ocupou Camaiore.
No período de 25 Set a 18 Out 1944, a FEB recebeu visitas de inspeção do Ministro da Guerra, Gen. Dutra. Em 11 Out 1944, assistiu à chegada das tropas comandadas pelos generais Cordeiro de Farias e Falconière a Livorno. Em 17 Out 1944, deslocou-se para a linha de frente, onde a tropa do Gen Zenóbio preparava-se para desfechar ataque na direção de Castelnuovo de Garfagnana.
Em 30 Out 1944, assistiu ao início das operações do II/6º RI, em Castelnuovo de Garfagnana, de onde partiu para as proximidades de Traversa, a fim de participar da Conferência do Passo de Futa, reunião dos generais do V Exército.
Entre 2 e 4 Nov 1944, o QG avançado da 1ª DIE foi deslocado, por escalões, de Ponte a Moriano para Porreta Terme, no vale do rio Reno, onde estabeleceu o seu posto de comando. Em 9 Nov 1944, o QG recuado da 1ª DIE foi deslocado de Pisa para Pistoia.
Em 24 Nov 1944, do posto de comando do 3º Batalhão do 6º Regimento de Infantaria junto à igreja de Bombiana, a cerca de 400 metros da linha de partida, assistiu aos malogrados ataques da Task Force 45 ao Monte Castelo. Também supervisionou os infrutíferos ataques brasileiros de 29 Nov e 12 Dez 1944.
Em 12 Fev 1945 recebeu, no QG de Porreta Terme, a ordem de atacar o Monte Castelo, emitida pelo Gen Crittenberger, comandante do IV Corpo de Exército.
Em 20 Fev 1945 chegou ao posto de observação sediado em C. Gadelle, situada a quatro km de Monte Castelo, de onde comandou as ações das tropas brasileiras que culminaram na conquista do Monte Castelo em 21 Fev 1945.
Em 5 Mar 1945 conduziu, do posto de Riola, a ação ofensiva que culminou na conquista de Castelnuovo.
Em 11 Abr 1945, estabeleceu o seu QG na vila de Gaggio Montano. Do seu observatório, situado em Sassomolare, e dirigiu o ataque e a conquista de Montese, entre 14 Abr 1945 e 18 Abr 1945.
Em 20 Abr, o QG avançado estava em Sassomolare. Depois foi mudado para C. Groti e Vignola, estabelecendo-se em Montecchio Emilia, em 25 Abr. Nessa data, se apresentou ao Gen Crittenberger para relatar-lhe a evolução das tropas brasileiras. Em 26 Abr, passou por Parma e chegou a Collecchio, acompanhando as ações na linha de frente.
Em 27 Abr 1945, recebeu a visita dos generais Truscott e Crittenberger no QG de Montecchio. De lá coordenou as ações que culminaram na rendição de 148ª Divisão de Infantaria alemã e corpos remanescentes de outras unidades, em Fornovo di Taro, em 29 Abr 1945.
Segue a transcrição de partes do louvor publicado no Boletim do Exército nº 6, de 9 Jan 1946:
“Na qualidade de Comandante da Fôrça Expedicionária, as suas atribuições multiformes tiveram também desempenho eficaz e de grande relêvo. Inicialmente, organizou, pronta e eficientemente, e entregou ao Comando do 5° Exército Norte Americano, o Destacamento da F.E.B. – o primeiro elemento brasileiro a entrar em operações contra as tropas terrestres inimigas na Itália (setembro e outubro de 1944). Dêsde sua chegada ao território italiano, dirigiu a organização dos elementos de retaguarda – inclusive o modelar Depósito de Pessoal – e, durante a campanha, manteve o funcionamento dos mesmos, que, por motivo imperioso da condição especial de pertencerem a uma Fôrça Expedicionária, se dispunham numa linha de comunicações que se alongava da frente de combate até Nápoles, numa extensão que chegou a atingir cerca de oitocentos quilômetros. O General Mascarenhas, nesse aspecto de sua missão – Comandante da Fôrça Expedicionária – teve o brilho e o grande mérito de se impor aos Chefes aliados e a seus subordinados como empreendedor objetivo, impulsionador e, sobretudo, por imprimir o espírito de previsão em benefício da zona de combate.
No exercício do Comando da 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária, firmou a sua ação numa perfeita compreensão das altas responsabilidades que lhe competiam e numa segura conduta tática dos meios sob seu comando, além de haver sabido adaptar, de maneira elevada e proveitosa, a Grande Unidade brasileira ao organismo combatente do IV Corpo de Exército Americano. A 1° de novembro de 1944, assumiu o Comando das tropas brasileiras já empenhadas no Vale do Sercchio (Destacamento da F.E.B.) e dos demais elementos da Divisão, então totalmente desembarcados no teatro de operações da Itália. Dêsse Setor, o Comandante da Divisão Expedicionária passou a operar no Vale do Reno onde, progressivamente, colocou em linha e empenhou todos os meios de sua Divisão. Nessa fase das operações, a mais árdua de toda a campanha, o Chefe brasileiro soube adaptar a sua tropa às condições locaes da Guerra – montes dos Appeninos, frio intensivo, neve, lama e inimigo obstinado – limitando inevitáveis revezes e vencendo pacientemente todas as vicissitudes, para depois, já em fevereiro de 1945, ter a sua Divisão convenientemente aguerrida. Aí, êle foi, além de resistente e pertinaz, um General abnegado. Em seguida, na memorável ofensiva do IV Corpo, de fevereiro-março, conduziu sua Divisão à dignificante vitória de Monte Castello e à brilhante manobra vitoriosa de Castelnuovo, feitos que, no Julgamento do Tenente-General Mark Glark, Comandante do 5° Exército, quando se referiu ao Comandante brasileiro, trarão um “novo brilho para a glória das Armas brasileiras”. Os seus planos de ataque foram integralmente executados, tendo o Major General Willis Crittemberger, Comandante do IV Corpo de Exército, declarado a respeito que houve um “excelente controle do campo de batalha” e que “a Divisão brasileira, mais uma vez, estava nos objetivos que lhe haviam sido designados”. Após tão magníficos sucessos, o Chefe patrício levou a sua Divisão a novas e imorredouras vitórias, durante a ofensiva da primavera de 1945. Em sua conduta, nesse período final da guerra, sobrelevam a esclarecida compreensão tática de sua missão no conjunto da manobra do IV Corpo e a sua ação decisiva para que a Divisão Brasileira participasse eficientemente nas operações que determinaram a derrota final das tropas alemãs. Vêmo-lo, então, comandar, com firmeza, o áspero e sangrento combate de Montese, a rápida e total limpeza do Vale do Panaro, o domínio vigoroso da região de Zocca e a descida das vertentes dos Appeninos, terminada com a transposição oportuna daquele rio na região de Vignola. O General brasileiro passou, então, a operar no Vale do Pó; a sua conduta, nessa fase culminante da guerra, trouxe mais triunfos à tropa expedicionária. Além de penetrar a fundo na missão de perseguição que lhe foi atribuída, soube, com toda oportunidade, adaptar os meios de que dispunha à velocidade exigida no momento. Progredindo, então, ao Sul da via Emilia, na direção de Noroeste, barrou a junção das tropas alemãs batidas nos Appeninos com as que operavam ao Norte do rio Pó; dominou as tropas inimigas em Colecchio ; no vale do rio Taro, executou a manobra decisiva e brilhante que determinou, irremediàvelmente, no epílogo do combate de Fornovo, a submissão de numerosas tropas adversas e a conseqüente rendição incondicional e captura da 148ª Divisão de Infantaria alemã e elementos da 91ª Panser Granadier e de uma Divisão de Infantaria italiana, num efetivo total de cerca de 12 mil homens e copioso material . O Comandante da Divisão brasileira deu assim, à história pátria, a glória de, nos campos de batalha da Europa, derrotar e aprisionar aguerridas tropas germânicas, arrebatando-lhes consideráveis troféus de guerra. Não parou aí a sua segura conduta das operações do fim da Campanha da Itália. Sempre em combinação estreita com divisões americanas, continuou a investida para Noroeste, ao longo da via Emilia; transpôs o Pó em Cremona e Piacenza; ao mesmo tempo, lançou-se para oeste, por Alessandria, até Turim e, como remate vitorioso e imperecível, no pé dos Alpes, fêz junção com tropas francezas. O General Crittemberger, Comandante do IV Corpo de Exército, apresentando saudações e elogiando o Comandante da tropa brasileira, em referência a esse período final das operações, assim se expressou: “0 explêndido desempenho da Fôrça Expedicionária Brasileira, sob vosso Comando, adaptando-se ràpidamente a variáveis condições e à coordenação de movimentos, recebendo cada nova missão entusiasticamente e cumprindo-a com eficiência, é um resultado de que se podem orgulhar todos os oficiais e soldados”.
O Comandante da Fôrça Brasileira, no teatro de operações da Itália, não limitou a sua conduta ao estabelecimento de planos, comando do combate e direção das operações. A assistência permanente a seus comandados, às posições de combate e às instalações de retaguarda, particularmente aos hospitais, constitui um dos aspectos de sua multiforme operosidade. O General Mascarenhas de Moraes nunca vacilou em estar onde a sua presença podia animar e impulsionar. Sob pesados e repetidos bombardeios, agia em seu Posto de Comando, nos observatórios, nas estradas e caminhos e nas mais avançadas posições de combate. Era sereno e, sem alarde, agiu sempre com destemor. Por isso, como Chefe, foi também um exemplo para a sua tropa.
O General João Batista Mascarenhas de Moraes, integra-se como um grande Chefe no Exército Nacional, que se sente orgulhoso de sua ação e que incorporará as glórias da expedição brasileira na Itália às glórias dos soldados de Caxias.
O General Crittemberger, Comandante do IV Corpo de Exército, no elogio final ao Comandante brasileiro, disse: “Os feitos da Fôrça Expedicionária Brasileira, sob vosso comando, durante a campanha do IV Corpo na Itália, terão um lugar proeminente quando fôr escrita a história da guerra”.
A personalidade de Chefe do General Mascarenhas de Moraes inscreve-se, dessa maneira e com justiça, na história da participação do Brasil na segunda grande guerra mundial, projetando-se ainda na história militar dos Exércitos das Nações Unidas.
O Govêrno da República expressa ao Sr. General de Divisão João Batista Mascarenhas de Moraes, por intermédio do Ministro da Guerra, os seus louvores pelos granêfes e reais serviços prestados à Pátria e lhe transmite o reconhecimento do Brasil”.
APÓS A GUERRA
Em 8 Jul 1945, chegou ao Brasil por via aérea.
Em 18 Jul 1945, participou da recepção ao 1º escalão da FEB e assistiu ao desfile da vitória, junto ao presidente da República e do ministro da guerra.
A partir de 21 Set 1945, em avião disponibilizado pelos EUA, realizou viagem à Itália, Alemanha, Áustria, França, Hungria, Inglaterra e Portugal. Em 30 Set 1945, visitou o Cemitério Militar Brasileiro de Pistoia, na Itália, onde repousavam os corpos dos brasileiros que morreram durante a guerra.
Entre 17 Out e 1º Nov 1945, participou de atividades nos EUA. No dia 18, foi recebido pelo Presidente Truman, na Casa Branca; em 25, visitou oficiais e praças brasileiros mutilados na Itália e em tratamento especializado no Buschnell General Hospital, em Utah.
Em 5 Nov 1945, após escalas em Porto Rico, Trinidad, Belém e Natal, chegou ao Rio de Janeiro. O presidente Getúlio Vargas já havia sido deposto.
Em 10 Maio 1946, requereu transferência para a reserva remunerada, publicada no Diário Oficial da União de 27 Ago 1946.
Em 18 Set 1946, foi promulgada a Constituição de 1946 que, no artigo 34 das Disposições Transitórias, expressa: “São concedidas honras de Marechal do Exército Brasileiro ao General-de-Divisão João Baptista Mascarenhas de Moraes, Comandante da Força Expedicionária Brasileira na última guerra”.
Em 12 Out 1951, em Sessão Solene do Congresso Nacional, foi aprovado Decreto nos seguintes termos: “Art. 1º – Será investido no posto de Marechal, desde a vigência desta lei, o Marechal João Baptista Mascarenhas de Moraes que, em consequência, reverterá ao Serviço Ativo do Exército e nele permanecerá, enquanto viver. Art. 2º – O titular do posto de Marechal, imediatamente abaixo do Ministro de Guerra, na precedência hierárquica, poderá exercer os seguintes cargos: a) Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas; b) Chefe do Estado-Maior do Exército. …”.
Em 10 Out 1952, a seu pedido, foi nomeado presidente da Comissão de Repatriamento dos Mortos do Cemitério de Pistoia. A Comissão foi projeto de sua autoria e era integrada por membros das três Forças Armadas.
Em 6 Jan 1953, foi nomeado Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, tendo assumido as funções em 21 Jan 1953.
A partir de 17 Maio 1953, chefiou a delegação brasileira à coroação da Rainha Elizabeth II, em Londres, Inglaterra, ex-integrante das Forças Aliadas.
Em 5 Ago 1960, após três anos em construção, participou da inauguração do Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial (MNMSGM), no Rio de Janeiro.
Em 22 Dez 1960, participou da solenidade de colocação das urnas com os despojos dos brasileiros mortos na 2ª Guerra Mundial na cripta do MNMSGM. Em seu livro “Memórias”, assim se refere aos seus movimentos, que culminaram no repatriamento dos mortos da FEB: “Minha obra de Comandante da FEB ficaria incompleta se não trasladasse para o Brasil os despojos dos que tombaram na campanha da Itália. Eu os levei para o sacrifício, cabia a mim trazê-los de volta para receberem as honras e a glória de todos os brasileiros”.
Faleceu no Rio de Janeiro, em 17 Set 1968.
MEDALHAS E CONDECORAÇÕES
- Bronze Star (EUA)
- Cruz de Guerra com Palma (França)
- Diploma de Membro Honorário do IV Corpo de Exército (EUA)
- Grã-Cruz da Legião de Honra (França)
- Grã-Cruz da Ordem de Leopoldo II (Bélgica)
- Grã-Cruz da Ordem do Mérito Militar (Brasil)
- Grã-Cruz da Ordem do Mérito Naval (Brasil)
- Grã-Cruz da Ordem Militar de Avis (Portugal)
- Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo, com palma (Portugal)
- Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito (Brasil)
- Grande Oficial da Legião do Mérito do Exército Americano (EUA)
- Grande Oficial da Mais Excelente Ordem (Império Britânico)
- Grande Oficial da Ordem do Mérito Aeronáutico
- Medalha Comemorativa do Nascimento do Barão de Rio Branco
- Medalha Cruz de Combate de 1ª Classe
- Medalha da Vitória (ANVFEB)
- Medalha de Campanha
- Medalha de Guerra
- Medalha de Ouro – Croce Lateranense (Vaticano)
- Medalha do Mérito Tamandaré
- Medalha do Pacificador
- Ordem de Rio Branco
- Ordem do Mérito Juan Pablo Duarte (República Dominicana)
FONTES
- MATTOS, General Meira, O Marechal Mascarenhas de Moraes e sua Época. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército Editora, 1983. V. 1 e 2.
- MORAES, Marechal Mascarenhas de. Memórias. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1969. V. 1 e 2.
- MORAES, João Baptista Mascarenhas de. A FEB pelo seu Comandante. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército Editora, 2005.
- Histórico do Pessoal Militar (Folhas de Alterações).
- Boletim do Exército nº 6, de 9 de janeiro de 1946.
- https://www18.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/joao-batista-mascarenhas-de-morais (acessado em 18 Abr 2024).
CRÉDITOS
Museu Virtual da FEB / Fröhlich, S.F.