História da ANVFEB

Associação Nacional dos Veteranos da Força Expedicionária Brasileira (ANVFEB)

Em 16 de julho de 1963, dezoito anos após o retorno da Força Expedicionária Brasileira da II Guerra Mundial, foi fundado no Brasil o Clube dos Veteranos da Campanha da Itália (CVCI). A data foi escolhida em homenagem ao aniversário do desembarque do 1º Escalão da FEB em Nápoles, na Itália. A criação do CVCI ocorreu em dissidência aos encaminhamentos administrativos e jurídicos da então Associação dos Ex-Combatentes do Brasil, criada em 1945. No entanto, a intenção não era desmerecer a Associação dos Ex-Combatentes do Brasil, que, na época, além dos veteranos que atuaram na Itália, também congregava membros das Forças Armadas que defenderam o litoral brasileiro.

De acordo com Juarez B. Pinheiro, na revista “O Febiano” da ANVFEB, publicada em 1976, o objetivo do CVCI era reunir exclusivamente os veteranos que participaram da Campanha da Itália, independentemente da Força de origem, como a FEB, o 1º Grupo de Caça da FAB, a Marinha de Guerra e a Marinha Mercante, a fim de revitalizar e valorizar a atuação desses soldados brasileiros durante a II Guerra Mundial, no teatro de operações da Itália.

Em 3 de julho de 1969, o CVCI passou a ser designado Associação dos Veteranos da Força Expedicionária Brasileira (AVEFEB) e, devido à FEB ser formada por brasileiros de todas as regiões do país, posteriormente, em 15 de agosto de 1972, recebeu o nome de Associação Nacional dos Veteranos da FEB (ANVFEB).

Inicialmente, as reuniões ocorriam no Clube Militar do Rio de Janeiro. Posteriormente, após esforços do Presidente do CVCI, o Veterano Ignácio Rebouças de Mello, para obter uma sede fixa, e com a intervenção do Veterano Paulo Vidal Leite Ribeiro junto ao Governador do Estado da Guanabara, Carlos Lacerda, foi cedido o prédio nº 35 da Rua Juan Pablo Duarte, hoje Rua das Marrecas.

Desde sua criação em 1963, o CVCI, posteriormente ANVFEB, procurou reunir e dar assistência aos veteranos de guerra, àqueles que enfrentaram as mais adversas situações, àqueles que voltaram com sequelas físicas e emocionais irreversíveis, e representar aqueles desaparecidos e mortos. Conforme Pinheiro (1976, p.20): “Nessa missão está, resolutamente, engajada a ANVFEB, não para pleitear privilégios ou medidas descabidas, e sim, para reclamar a aplicação do direito expresso, para solicitar suporte jurídico para as causas justas” (…) e “divulgar a História das Forças Brasileiras, na Campanha da Itália (…)”.

Assim, a ANVFEB, em sua continuidade e representada por veteranos, apoiados por descendentes, pesquisadores, colecionadores e outros interessados, trará luz às novas gerações com a preservação da memória cultural da FEB, e seu exemplo inspirará a Paz, para que esta não seja somente mais um capítulo da guerra, mas efetivamente o caminho almejado por cidadãos do mundo. Por meio da preservação da memória cultural da Força Expedicionária Brasileira, a ANVFEB manterá viva a história, reverenciando os mais de 25 mil homens e mulheres que lutaram pela liberdade e democracia.

Carvalho, S.K.P.

Revistas Postais. 2016.  p. 99-102

ANVFEB no Brasil